quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A VEZ DO POETA (I)

"É contra a ausência do homem no homem que a palavra do poeta se insurge, é contra esta amputação no corpo vivo da vida que o poeta se rebela. E se ousa «cantar no suplício» é porque não quer morrer sem se olhar nos seus próprios olhos, e reconhecer-se, e detestar-se, ou amar-se, se for caso disso, no que não creio"

Eugénio de Andrade, Posto Precário
"No prato da balança um verso basta
Para pesar no outro a minha vida"
Eugénio de Andrade, Poesia
"Gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos de fogo
do verão, aos barcos de vento: gosto das palavras lisas como seixos,
rugosas como o pão de centeio. Palavras que cheiram a feno e a poeira,
a barro e a limão, a resina e a sol"
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa

Sem comentários: