domingo, 30 de novembro de 2008

A QUESTÃO DA EDUCAÇÃO ENVOLVE O PRIMEIRO MINISTRO

José Socrates reuniu a 29 de Novembro, na sede do Rato, desta vez com os professores socialistas para lhes dizer, de viva voz, que a questão da Avaliação de Desempenho dos Professores não envolve apenas a equipa da ministério da educação, a quem dá total apoio, mas sim o próprio primeiro ministro, o governo e o partido.
Sinceramente, mal seria se assim não fosse! Um governo que quer demonstrar coesão deve evidenciar, nos momentos mais difíceis, a solidariedade necessária a quem dela precisa. Mas nem sempre foi assim...a nossa memória ainda retém, de uma forma clara, o que aconteceu a Correia de Campos!
Resolveram-se, então, os problemas da saúde? Claro que não! Mas os ânimos acalmaram e ganhou-se a serenidade suficiente para repensar novas políticas de saúde.
Mas porque se insiste em não aprender com passado?!
JGouveia

A VEZ DO POETA (V)

As portas que Abril Abriu

De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
um menino que sorriu
uma porta que se abrisse
um fruto que se expandiu
um pão que se repartisse
(...)
De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
(...)
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!

José Carlos Ary dos Santos

sábado, 29 de novembro de 2008

COM O DEZEMBRO À PORTA, A NEVE CHEGOU

No ponto mais alto da Serra da Estrela a altura da neve não engana!

Até o granito ganhou vida

Várias estradas do Norte e Centro do país estiveram cortadas durante o dia de hoje


A Natureza transformou-se

Os campos tornaram-se espaços de lazer e criatividade

A subida para a Serra da Estrela era algo que se tornava difícil


A Guarda dos 5 f 's acordou gélida mas formosa

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A VEZ DO POETA (IV)

25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andersen

PAÍS DO AVESSO

Escrevi aqui mesmo, aquando da cedência da
ministra da Educação (ver post de 20 de Novembro) no processo de Avaliação de Desempenho de Professores que, apesar desta estar a dar um passo de gigante, não seria o suficiente para os Sindicatos aceitarem e quebrarem o braço de ferro que vem endurecendo desde Março passado.
O dia de hoje era esperado com alguma ansiedade (ou talvez não), pois a tranquilidade e o regresso à normalidade das escolas e de todos quantos ali "habitam", é algo imperioso.
Para mal de todos nós - do PAÍS - a confusão irá continuar dado que, Ministério e Sindicatos saíram de costa voltadas de mais uma reunião, que antes de começar, já as partes tinham anunciado, a radicalização das suas posições.
O estado de sítio agora instalado, em que mais nada se espera das partes (em termos de negociações), a não ser a continuidade da luta por parte dos professores e as adaptações ao modelo (em suporte legislativo) por parte da tutela, coloca em todos nós a questão: AVALIAÇÃO ou DEMISSÃO?
É que se a primeira está longe de concretizar e a segunda, tendo em conta os "timings "eleitorais, também não me parece nada provável.
Perante tal quadro, é caso para dizer que, "ainda a procissão vai no adro"!

JGouveia

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A VEZ DO POETA (III)

EXPLICAÇÃO DO PAÍS DE ABRIL

País de Abril é o sítio do poema.
Não fica nos terraços da saudade
não fica em longes terras. Fica exactamente aqui
tão perto que parece longe.

Tem pinheiros e mar tem rios
tem muita gente e muita solidão
dias de festa que são dias tristes às avessas
é rua e sonho é dolorosa intimidade.

Não procurem nos livros que não vem nos livros
País de Abril fica no ventre das manhãs
fica na mágoa de o sabermos tão presente
que nos torna doentes sua ausência.

(...)

Não procurem na História que não vem na História.
País de Abril fica no sol interior das uvas
fica à distância de um só gesto os ventos dizem
que basta apenas estender a mão.

País de Abril tem gente que não sabe ler
os avisos secretos do poema.
Por isso é que o poema aprende a voz dos ventos
para falar aos homens do País de Abril.
Manuel Alegre

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A VEZ DO POETA (II)

As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

A VEZ DO POETA (I)

"É contra a ausência do homem no homem que a palavra do poeta se insurge, é contra esta amputação no corpo vivo da vida que o poeta se rebela. E se ousa «cantar no suplício» é porque não quer morrer sem se olhar nos seus próprios olhos, e reconhecer-se, e detestar-se, ou amar-se, se for caso disso, no que não creio"

Eugénio de Andrade, Posto Precário
"No prato da balança um verso basta
Para pesar no outro a minha vida"
Eugénio de Andrade, Poesia
"Gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos de fogo
do verão, aos barcos de vento: gosto das palavras lisas como seixos,
rugosas como o pão de centeio. Palavras que cheiram a feno e a poeira,
a barro e a limão, a resina e a sol"
Eugénio de Andrade, Poesia e Prosa

TER TEMPO PARA BRINCAR

Já lá vai o tempo em que se criavam os filhos à imagem e semelhança dos progenitores e em que as metas e os resultados se definiam à medida dos desejos e das tradições familiares. Mas parece haver unanimidade na opinião de que o excesso de liberdade e de estímulos, que a nossa geração achou por bem disponibilizar aos meninos e meninas, nem sempre foi benéfica, como explica Augusto Cury, no seu livro, Pais Brilhantes, Professores Fascinantes.
"A nossa geração quis dar o melhor às crianças e aos jovens. Sonhámos grandes sonhos para eles. Os melhores brinquedos, roupas, passeios e escola. Não queriamos que andassem à chuva, se magoassem nas ruas, se ferissem com brinquedos caseiros e vivessem as dificuldades pelas quais passámos.
Tiveram uma excelente intenção, só não sabiam que as crianças precisavam de ter infância, necessitavam de inventar, correr riscos, decepcionar-se, ter tempo para brincar e encantar-se pela vida".
A sociedade exagerou naquilo a que se refere Augusto Cury, agora sofremos o autoritarismo dos mais novos e, desorientados, delegámos na escola o papel e a responsabilidade de educar, quando, afinal, ela própria se vê a braços com sucessivos ajustes pedagógicos.
É indispensável a envolvência dos pais, desde cedo no acompanhamento da formação dos seus filhos junto dos professores, conhecendo o seu ritmo, as suas dificuldades, os seus gostos e preferências, os medos e as dúvidas que os assaltam, nas várias etapas do seu crescimento.
Desta forma, a autoridade conquista-se com firmeza e coerência, alargando o espaço de diálogo e trabalhando a confiança mútua.
Há que promover a mudança, para bem do desenvolvimento harmonioso deste universo.

JGouveia

terça-feira, 25 de novembro de 2008

FÓRUM CIÊNCIA VIVA 2008. FUNDÃO PRESENTE

O Fórum Ciência Viva 2008 decorreu nos dias 22 e 23 de Novembro na FIL - Pavilhão 3 - Parque da Nações - Lisboa.
O Fundão esteve presente. O projecto CIÊNCIA SOBRE RODAS representou o Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha.
Boa aposta, esta! Não passou indiferente aos milhares de visitantes que se deslocaram nestes dias à FIL .
A RDP - Antena 1 entrevistou, em directo, a coordenadora do projecto. O ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, fez perguntas sobre as experiências destinadas a alunos entre os 3 e 15 anos. Experimentou mergulhar uma bola de esferovite sobre uma tina com água onde se adicionaram umas gotas de tintas de estampagem e verificou, que estas não se misturaram com a água, dando por isso, um colorido à bola, algo surpreendente. Gostou, e quis experimentar mais. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, fez questão de entrar na carrinha/laboratório que "transporta a ciência" a todos os jardins de infância e escolas do 1º ciclo pertencentes ao Agrupamento. Questionou a forma de funcionamento do projecto e salientou a sua originalidade. Prometeu estudar o seu enquadramento de modo a facilitar a sua operacionalidade.
Valeu o esforço daqueles que tornaram possível esta digna afirmação de Escola!

JGouveia

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

GNR MAIS PERTO DAS POPULAÇÕES - CASTELEIRO

As aldeias desertificadas do interior, caracterizadas por um envelhecimento das suas populações, em que as forças são cada vez menores,vivem o seu dia a dia com alguma insegurança, direi mesmo, com alguns receios dos burlões que as possam visitar.
As conversas, ao sol de Inverno, parecem trazer este tema para o centro das atenções.
Preocupado com esta situação, o comando distrital da GNR da Guarda, desenvolveu uma acção de proximidade junto destas populações.
Gostámos de ver os agentes do posto do Sabugal, percorrer o Casteleiro e algumas das suas anexas, conversando com as pessoas, aconselhando-as a tomarem algumas medidas de segurança e devolvendo-lhes alguma tranquilidade.
Oxalá que a acção agora desenolvida, possa ser uma rotina destas "forças da ordem", pois é o melhor serviço que podem prestar a estas populações, uma vez que solidão é, em muitos casos, a sua maior companheira.

JGouveia

GOVERNO QUE INSPIRA CONFIANÇA

Apesar da crise, os sorrisos e a boa disposição dos governantes espanhois não esmureceram. Bem pelo contrário, acham mesmo que esta será a melhor maneira de a enfrentar e ultrapassar.
Em Portugal, o "discurso da tanga" já passou há muito tempo, e deu lugar ao óptimismo, que os vários ministros em exercício, têm como missão principal distribuir por todos os cantos do nosso Portugal.
Afinal nem todos os governantes olham para a crise da mesma forma...ou talvez sim?!

JGouveia

domingo, 23 de novembro de 2008

NOVOS PROJECTOS PARA BELGAIS

Belgais é uma propriedade que se localiza perto Castelo Branco. Caracteriza-se pelo isolamento, rodeada de colinas e muitas oliveiras. Uma ampla casa aparece como que um oásis, que a pianista Maria João Pires, quiz transformar num espaço de reflexão e criação musical.
Foi aqui que criou o Centro de Belgais, com uma filosofia clara de educação, questionando o papel que a mesma deve desempenhar numa sociedade alargada a todo o mundo.
Maria João Pires defendeu que, o essencial para os alunos frequentadores, não é a acumulação de competências, mas a aquisição progressiva de uma capacidade de pensar por si próprio.
Múltiplas actividades faziam parte do dia a dia deste espaço mágico, em que a música quebra o silêncio da paisagem: o piano, a música de câmara e a voz assumiam particularmente o lugar mais importante.
Muito mais podiamos dizer sobre Belgais...
Mas Maria João Pires abandonou já o lugar que ela própria criou e o país que a viu nascer, ao que dizem por falta de apoio do governo português.
Será que o espírito criado neste lugar, até então desconhecido, sobreviveu?
Segundo o jornal Diário da Beiras, de 19 de Novembro, escreve que "Belgais aposta em projecto empresarial, vocacionado para a realização de eventos e alojamento local aproveitando todas as vertentes que a envolvem".
A continuidade da realização de concertos e outros eventos culturais estão assegurados, sendo mesmo rentabilizados através deste empreendimento, segundo as palavras de Joana Pires, vice-presidente da Associação de Belgais.
Oxalá o desígnio de Belgais se prolongue no tempo, para bem dos vários públicos que o procuram.

JGouveia

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A MAGIA DA PALAVRA EM CASTELO NOVO

O Agrupamento de Escolas da Serra da Gardunha, vai levar a efeito no dia 22 de Novembro, pelas 21horas, uma Tertúlia Poético-Literária, em que o mote vai ser "A Magia da palavra em Castelo Novo".
O evento terá lugar nos Antigos Paços do Concelho e contará, para além de um elevado número de professores, com a presença de Antonieta Garcia, Lauro António, Amílcar Martins, Luís Octávio Fraz, Maria de Lurdes Barata (Milola), Alix de Carvalho, José Pires e Miguel Carvalhinho.
"A Tertúlia tem como finalidade dar voz à palavra do homem. Ela revela quem somos e o que sentimos, define a nossa identidade. Não só o real existente, mas o real que a sua presença no mundo aí instaura e recria. Deste modo, a palavra é a morada do homem. Ela mata e liberta, condena e redime, aberta à livre interpretação. É na palavra que o mundo existe e nos força a existir".
O desafio lançado pela organização - BECRE - Biblioteca e Centro de Recursos Educativos - é: tertuliar, ousar, dizer o poema, musicar o verso, teatrilizar o gesto ... e sonhar a voz plural de Castelo Novo.

JGouveia

MANTER A MEMÓRIA


Manter a memória sobre Aristides Sousa Mendes, foi o que os alunos do 9º ano da Escola Serra da Gardunha, têm vindo a fazer há já alguns dias.
Hoje, logo pela manhã, e integrado numa actividade da BECRE, participaram numa sessão com a presença de Júlia Nery, sob o tema "História e Literatura/Literatura e História".
Nesta sessão, os alunos intervieram activamente e tiveram ainda a oportunidade de apresentar alguns dos trabalhos realizados, invocando a memória do homenageado.
Júlia Nery licenciou-se em Filologia Romântica na Universidade Clássica de Lisboa e é diplomada em Estudos Franceses pela Universidade de Poitiers.
Da sua obra destaco aquela que bem retrata Aristides de Sousa Mendes: O Consul, Publicações D. Quixote, Lisboa, 1991; Edição do Circulo dos Leitores, Lisboa, 1993; tradução francesa, editora Le Mascaret, Bordéus, 1992; tradução alemã, Editora Epoca, Zurique 1997: Editora Pipper, Munique, 1999.
Jgouveia

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ALTERAR SIM, SUSPENDER NÃO

A Ministra da Educação deu uma conferência de imprensa, hoje por volta das 18h30min, na sequência de um Conselho de Ministros extraordinário. Grande foi a expectativa que se criou à volta deste momento.
Foram finalmente reconhecidos publicamente pela Ministra da Educação, grandes erros, "grandes perplexidades" do actual modelo e simultaneamente o apontar de medidas que simplificam o processo de avaliação dos professores: a diminuição da carga burocrática, diminuição da sobrecarga de trabalho, as aulas assistidas passam de três para duas, mas apenas para os professores que queiram aceder à classificação de Muito Bom ou Excelente.
Serão estas medidas suficientes para serenar a classe, e o diálogo possa voltar à mesa do Ministério e Sindicatos? Sinceramente não acredito!
O passo dado pelo Governo considero-o de gigante, mas não o suficiente, que consiga ultrapassar a barreira que actualmente o separa dos Sindicatos.
Para clarificarmos melhor a posição governamental, hoje assumida, vamos esperar pelas reuniões que amanhã decorrerão com os diversos intervenientes deste "braço de ferro".
Oxalá que em nome da Escola Pública possamos afirmar, que estamos perante um momento de viragem com claras vantagens para todos.

JGouveia

A ÁRVORE QUE SOBREVIVEU A HIROSHIMA

Quando a bomba foi lançada sobre a cidade de Hiroshima, em 1945, foram poucos os seres vivos que resistiram ao impacto da explosão. Entre eles, encontravam-se quatro árvores da espécie Ginkgo biloba.
Embora tenham ficado queimadas, recuperaram, e podem ser vistas ainda hoje na cidade.
A designação biloba refere-se à forma da folha, que tem duas partes, ou lobos.
Quem vive em Lisboa tem um excelente ponto para apreciar a folhagem amarela das ginkgo no jardim das Amoreiras, nomeadamente no final de Novembro ou início de Dezembro.
Esta espécie pode também encontrar-se no Porto (jardim das Virtudes - árvore classificada), em Braga (jardim da Casa do Passadiço) e em Coimbra (jardim Botânico).

JGouveia

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E AGORA?

A situação que se vive HOJE em Portugal, no sector da Educação é algo que preocupa não só a classe docente, mas também alunos, pais e encarregados de educação. Direi mesmo que estamos perante uma questão transversal a todas as famílias.
A ruptura das negociações imposta pelos sindicatos numa reunião com a ministra de educação veio lançar a questão: E AGORA?
Se é verdade que o actual modelo de avaliação de professores, bem como o novo Estatuto da Carreira Docente, estão envoltos num quadro, em alguns casos, penalizador para a classe docente, não é menos verdade que a Educação necessita de urgentes reformas, onde cabe, certamente a avaliação.
Enquanto professor, sou um defensor incondicional desta medida. Acho mesmo que é indispensável nesta como em qualquer outra profissão.
Por tudo o que temos vindo a acompanhar na comunicação social, e a viver nas próprias escolas, o modelo defendido pelo ministério estará longe da perfeição, direi mesmo, da sua eficaz aplicação, mas é, tal como outros, certamente, um modelo que depois de melhorado, com a participação de todos os intervenientes (pondo de parte os radicalismos bilaterais) poderá ser um instrumento a aplicar com bons resultados para todos os intervenientes.
Não vamos "parar a Democracia seis meses, fazer as reformas, e depois continuarmos a Democracia", pois não? É que em Democracia não há interrupções!

JGouveia

terça-feira, 18 de novembro de 2008

PAREM A DEMOCRACIA!...QUERO FAZER REFORMAS.

Sabemos que as coisas no seio do Partido Socialista e do Governo não vão bem. As questões da Educação têm subido de tal maneira de tom, atingido a sua expressão máxima na manifestação de 8 de Novembro. No cerne da questão estão as reformas que é urgente fazer. Neste contexto sucedem-se reuniões entre Ministério da Educação, Sindicatos, Comissão de Educação da Assembleia da República...
Não tem havido entendimento, é certo, mas estou certo que a solução encontrada será construída a partir do contributo de todos. Este cenário só é possível porque estamos em Democracia.
Estranho é ouvirmos hoje, a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, ironizar (?) "quando não se está em Democracia é outra conversa, eu digo com é que é e faz-se. E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem Democracia, mete-se tudo na ordem e depois vem a Democracia".
Que receita esta! Faz-nos lembrar outros tempos em que bastava haver um "cabeça pensante" e todos os outros obedeciam. É esta a filosofia de quem se quer tornar alternativa ao actual governo?!
Então eu prefiro continuar a ver o povo a manifestar-se livremente, a discordar do poder, quando for caso disso, a dar as suas opinões...A este modelo que se contrapõe ao que Manuela Ferreira Leite hoje expressou, chama-se DEMOCRACIA.

JGouveia

PARABÉNS À ESCOLA PROFISSIONAL DO FUNDÃO

A Escola Profissional do Fundão participou, recentemente, no Campeonato Regional das Profissões, com a designação de Skills Portugal, na cidade de Coimbra, tendo alcançado dois primeiros, um segundo e um terceiro lugar. Competiram mais de uma centena de formandos, de seis distritos do centro do país, às 19 saídas profissionais a concurso, tendo a Escola Profissional do Fundão vencido as profissões de Alvenaria de Tijolo à Vista e Ladrilhagem.
Os vencedores ficaram apurados para o campeonato nacional, que vai acontecer de 8 a 13 de Março de 2009 em Santarém que, por sua vez, irá apurar os representantes portugueses para a fase internacional (WorlSkills) que decorrerá de 1 a 6 de Setembro de 2009 em Calgary.
BOA SORTE RAPAZIADA!

JGouveia

VÍRUS ATACA "MAGALHÃES"

O caso parece insólito, mas aconteceu!
Ontem o primeiro-ministro, José Sócrates esteve na inauguração dos centros escolares de Freixo e Refoios, no concelho de Ponte de Lima.
Como não podia deixar de ser, e como vai sendo hábito nas suas deslocações às escolas, o senhor-primeiro-ministro, para satisfação da pequenada, distribuiu os respectivos "Magalhães".
Até aqui tudo bem! O que já não me parece correcto, é que logo após as cerimónias oficiais, os pequenos portáteis fossem recolhidos e encaixotados.
Claro que, o "brilho nos olhos" e a alegria contagiante das crianças, que José Sócrates fez questão de salientar, rapidamente desapareceu, para dar lugar à tristeza e à quebra de expectativa.
Dar com uma mão e tirar com a outra, é coisa que não se faz...muito menos a crianças!
A pergunta óbvia é: que tipo de vírus atacou, de imediato, o tão anunciado computador?

JGouveia

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

HOMENAGEM A ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Aristides de Sousa Mendes foi, em 1940, Cônsul Geral de Portugal em França (Bordeaux).
Recusando-se a cumprir as ordens de Salazar, concedeu 30 000 vistos a refugiados, entre eles, cerca de 10 000 judeus, de vários países do regime nazi (Holocausto) na Segunda Guerra Mundial.
Depois de ter sido já homenageado em França, vai agora decorrer de 15 a 30 de Novembro uma quinzena cultural no Fundão, Covilhã, Castelo Branco e Belmonte cujo programa é composto de exposições, colóquios e exibição de filmes.
Esta merecida iniciativa é uma organização conjunta do Jornal do Fundão, do Comité National Français en Hommage a Aristides de Sousa Mendes e da Fundação Aristides de Sousa Mendes.

JGouveia

E O BURRO SOU EU?!

A propósito do Estatuto do Aluno e da agitação que tem vindo a público nos últimos dias, a ministra de Educação assinou um despacho, que entra hoje em vigor, que "clarifica de uma vez por todas" o regime de faltas e desobriga os alunos com faltas justificadas à realização de um exame suplementar.
Segundo o secretário de estado, Valter Lemos, os alunos com faltas justificadas têm contudo de passar por uma avaliação "de forma simplificada" que permita ao professor aferir as matérias que o aluno não aprendeu durante a ausência às aulas para que a escola possa estabelecer "medidas de apoio na sua recuperação".
Ainda segundo o mesmo secretário de estado, os regulamentos internos de algumas escolas "não eram claros sobre essa questão".
Que raio... porque razão a culpa terá de morrer sempre solteira?
Se o Estatuto do Aluno era assim tão claro, qual a necessidade de um despacho esclarecedor?
Afinal os alunos e as escolas é que não souberam interpretar!...
Mas, deixem-me dizer: é preferível esclarecer, mesmo que seja através de um despacho, do que viver diariamente na confusão.

JGouveia

sábado, 15 de novembro de 2008

ELES BEM PROCURAM...


Lideres europeus estão preocupadíssimos com a crise!
Eles bem procuram...mas até à data nada encontraram.
Tenhamos esperança, pois como diz o povo, "a esperança é a última coisa a morrer"!

JGouveia


FATALISMO, NÃO!

"Castelo de cinco quinas,
Só há um em Portugal,
Fica à beira da Côa,
Na vila do Sabugal"
Esta semana a imprensa regional (Diário das Beiras e Diário XXI) dava conta de um estudo promovido pela Cáritas Diocesanas da Guarda, Salamanca e Cidade Rodrigo, e do Observatório Económico e Social da Universidade da Beira Interior (Covilhã), intitulado Raia é zona "sem presente e sem futuro".
Para este quadro, nada encorajador, concorrem, nomeadamente: a drástica perda da população (os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal, Penamacor e da província de Salamanca, perderam, desde 1950, 58% da sua população, passando de 92.000 para 38.000 habitantes, na actualidade) e o facto de se tratar de "uma das zonas mais desfavorecidas e pobres da Península Ibérica e da Europa", onde "há falta de massa crítica (crianças, jovens e adultos) por falta de emprego. Salienta ainda o estudo que, o "abandono e tratamento desfavorável por parte dos Governos e dos órgãos administrativos de Portugal e Espanha", contribuiram fortemente para a construção deste quadro.
A criação de um centro inter-diocesano de intervenção social, da responsabilidade da Cáritas da Guarda, definiu três áreas de actuação: dinamização comunitária (educação e formação), serviços de proximidade (apoio a pessoas idosas e em situação de dependência) e fomento do espírito empreendedor e de acções para a insersão laboral.
Por último há a salientar que nas conclusões deste estudo, podemos observar que estamos perante "uma zona com futuro, assim haja consciência e mentalização, por parte dos residentes e das entidades, sobre as potencialidades reveladas".
Se me permitem eu acrescentaria: e o papel do Estado? Não será altura de olhar o país da mesma maneira, ou será que o interior onde se inclui esta zona raiana ficará eternamente esquecida?
É bom lembar que a ligação por auto estrada, ao resto do país e à nossa visinha Espanha, chegou apenas há meia dúzia de anos!
Sabemos que daqui por um ano todos se lembrarão de cada habitante que por ali reside, não é certamente para dar resposta às questões deste estudo, mas sim recolher o voto, tão útil para garantir o lugar de alguém, em alguma cadeira do poder, por mais pequena que ela seja!
Que haja investimento público!
É altura de reivindicarmos os nossos direitos!
Chega de fatalismos!


JGouveia

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ACALMIA NA EDUCAÇÃO É PRECISO

O país está a viver desde há longos meses uma agitação, algo de anormal, que em nada contribui para melhorar os parâmetros nacionais no âmbito da EDUCAÇÃO.
Nunca a palavra "AVALIAÇÃO" mereceu tanta atenção por parte dos governantes, agentes de ensino, encarregados de educação e comunicação social.
A verdade é que todos estamos preocupados com este processo! É urgente que o braço de ferro existente entre o Ministério de Educação e os professores, termine e seja encontrada uma solução que tranquilize toda a comunidade escolar.
Se é verdade que ao governo compete legislar, não é menos verdade, que neste país de Abril, cabe também o direito à indignação, daqueles que não concordando, lutam por ideias alternativas que vão de encontro a um processo de avaliação que ainda está longe de ser consensual.
Perante tal cenário, há que serenar os discursos, tanto governamental como sindical e, sem que haja recuos de ambas as partes, possa, isso sim, encontrar-se uma solução política que conduza à normalidade das escolas, e os professores reencontrem um tempo já longínquo em que a principal preocupação diária deverá ser a preparação das aulas, em vez do preenchimento moroso de processos administrativos, conducentes à sua avaliação.
A Avaliação é necessária, diria mesmo, indispensável ao sistema educativo português!
Que os professores devem ser avaliados na sua actividade diária, é inquestionável!
Que o processo anterior de avaliação estava ultrapassado e desadequado, é consensual!
Para bem do sistema educativo, urge, rápidamente, encontrar um modelo que dando resposta a esta necessidade, devolva a acalmia às escolas, e ao país.
JGouveia

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

CORES E CHEIROS DO OUTONO

Pelo S. Martinho, assa o teu magustinho!
Quentes e booooas!
Serra da Gardunha - Fundão
Há quem saboreie uma boa aguardente de medronho! Este é o fruto que lhe dá origem - Serra da Maúnça (Açor-Fundão)

O Verão já passou por cá, o Outono está cá agora, brevemente chegará o Inverno. As cadeiras aguardarão ansiosamente a Primavera, para que possam sentir a alegria e a vida de quem por ali veraneia. É a natureza no seu esplendor! - Parque das Tílias (Fundão)
JGouveia

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mas que OBRA!


Quem tem passado pelo largo da igreja do Fundão, certamente já reparou, que há OBRA por ali. Mas que OBRA! Dizem-nos que é uma requalificação urbana!... Que é para tornar aquela zona pedonal!...Devolver o largo às pessoas!...
Bem, se tivermos em consideração o espaço de intervenção e o rebuliço que por ali anda há largos meses, facilmente compreenderemos a razão pela qual o país evolui tão lentamente.
Quem consegue explicar que durante dezenas e dezenas de dias os trabalhadores faziam hoje e destruiam no dia seguinte? Sim, porque pessoal técnico (?) da Autarquia não faltava, dando os seus palpites, raramente concordantes uns com os outros. E a quantidade de máquinas que fizeram daquele espaço, o melhor parque de estacionamento, perturbando quem por ali passava, cumprindo rituais litúrgicos, fazendo compras (poucas!) no comércio tradicional, aqueles que ali habitam ou têm o seu local de trabalho.
Mas é bom lembrar, que nesta OBRA está a ser utilizado dinheiro dos nossos impostos, o que significa que temos o direito de saber o custo real desta intervenção.
Não estou a questionar a sua necessidade ou utilidade, se fica melhor ou pior do que estava. Sinceramente, não sei! Oxalá que as grandes tílias, que refrescam os dias quentes de Verão, saibam perdoar as agressões das máquinas, que sem dó nem piedade feriram fortemente as suas raízes, para não falar em duas árvores - ao que me dizem, espécies raras, no Fundão, foram simplesmente arrancadas e levadas, talvez para aquecimento nas noites frias do Inverno que se aproxima.
E porque razão a OBRA foi abandonada, continuando o largo da Igreja Matriz do Fundão a servir de estaleiro?
Não há mesmo pachora!

JGouveia

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A ESCOLA EM QUE ACREDITAMOS



A palavra "escola" está hoje na ordem do dia. Penso mesmo, não haver ninguém que fique alheio a participar numa acesa discussão sobre o tema. Afinal a liberdade de opinião é isso mesmo! Mas é bom não esquecermos que este bem foi uma conquista arduamente alcançada por homens e mulheres deste país que, "em tempos de solidão, souberam dizer, Não".
Passados que foram 34 anos após o glorioso 25 de Abril continua a ser oportuno e legítimo repensar a "escola" e discutirmos livremente: que escola temos e que escola queremos.
É com esta liberdade que a todos nos assiste, que devemos construir uma nova dimensão do pensamento em que a responsabilidade dos professores, encarregados de educação e comunidade em geral deve ser questionada.
Se por um lado, a escola deve ser um espaço onde se aprendem conteúdos científicos e se desenvolvem valores de cidadania, não é menos verdade que a família e a sociedade não se pode descartar do seu contributo. O discurso de que tudo está mal, a responsabilização total da escola perante os seus resultados (que nem sempre são os melhores!) bem como as questões de indisciplina de que vamos tomando conhecimento pelos variadíssimos meios de informação, não é certamente a forma séria de questionar o papel da escola, hoje.
Há questões sociais que, de um modo ou de outro, perturbam transversalmente a vida de muitas famílias portuguesas! Neste caso, cabe ao Estado assumir a sua quota parte de responsabilidade e criar uma equidade maior na criação e distribuição de melhores condições de vida. Não defendo com isto a distribução de mais subsídios, mas sim a criação de mais trabalho, gerador de mais riqueza.
Há quem defenda que somos ainda um jovem país, saído de um forte obscurantismo e que por isso mesmo, continuamos à procura de um rumo para a educação. Se a primeira ideia é verdadeira, já a segunda poderá ser questionada.
Mas então porque continua a escola a assumir um papel central no desenvolvimento do país?
A resposta é, certamente, porque continuamos a acreditar que é no seio desta instituição onde crescem e se desenvolvem capacidades, que está o futuro.
A tarefa é gigantesca! É necessário mobilizar muitas energias, indiduais e colectivas!
Mas vale a pena continuar a acreditar na ESCOLA.
JGouveia

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

ASAE ... sempre atenta!


Hoje a manhã estava linda! O sol convidava os poucos habitantes da aldeia de Casteleiro - Sabugal - a saírem à rua, afinal era feira de S. Martinho, acontecimento anual que traz muitas lembranças áqueles que, mesmo com dificuldade saem de casa e vão até ao largo de S. Francisco - local de encontro dominical - para fazerem as suas compras e trocarem novidades. Há anos que este ritual se repete e claro está, que o convívio entre os que por ali se passeiam, é um ponto alto deste dia. É bom recordar o ditado popular, que por aqui tinha força, " pelo S. Martinho, assa um magustinho, vai à adega prova o vinho e mata o teu porquinho". Actualmente, embora já não se mate o porquinho, mas continua-se a assar o magustinho e a provar o vinho.
É bom podermos sair da vida agitada dos nossos dias e mergulharmos neste ritual da Feira de S.Martinho, nesta aldeia marcada fortemente pela emigração, e que todos os anos nesta data pára a sua actividade para conviver, e fazer as compras há muito desejadas.
É claro que tudo acabaria bem se começasse bem!
Mas não foi assim! A ASAE sempre cuidadosa na sua actuação, veio quebrar a monotonia desta pacata aldeia, em dia de feira anual.
Nem o Stº Antóno escapou ao seu zelo! O grupo de mordomos que durante todo o ano trabalha em prol da festa de Verão, do dito santo, viu-se privado de angariar alguns fundos, pois não lhes foi permitida a abertura de um pequeno "bar de festa de aldeia", que neste dia se preparava para proporcionar um agradável convívio a todos quantos circulavam pelo largo da feira.
Não é preciso tanto, nem o Stº António escapa ao escrupuloso cumprimento do dever da ASAE!
Claro que o assunto dominante deixou de ser a feira...
Quem ganhou com isso?
Como esta gente é respeitadora da lei, acatou as ordens e o bar não foi aberto. Mas a tradição é mais forte. Rápidamente foram colocadas mesas ao ar livre, acendeu-se um grande lume, e, claro está, não faltou carne assada, pão, vinho, geropiga e outros assepipes que fazem deste dia, um momento importante na vida desta aldeia.
Parabéns aos que sabendo cumprir a lei, vão descobrindo alternativas que asseguram continuidade às tradições marcantes da vida de um povo.

JGouveia