terça-feira, 11 de novembro de 2008

A ESCOLA EM QUE ACREDITAMOS



A palavra "escola" está hoje na ordem do dia. Penso mesmo, não haver ninguém que fique alheio a participar numa acesa discussão sobre o tema. Afinal a liberdade de opinião é isso mesmo! Mas é bom não esquecermos que este bem foi uma conquista arduamente alcançada por homens e mulheres deste país que, "em tempos de solidão, souberam dizer, Não".
Passados que foram 34 anos após o glorioso 25 de Abril continua a ser oportuno e legítimo repensar a "escola" e discutirmos livremente: que escola temos e que escola queremos.
É com esta liberdade que a todos nos assiste, que devemos construir uma nova dimensão do pensamento em que a responsabilidade dos professores, encarregados de educação e comunidade em geral deve ser questionada.
Se por um lado, a escola deve ser um espaço onde se aprendem conteúdos científicos e se desenvolvem valores de cidadania, não é menos verdade que a família e a sociedade não se pode descartar do seu contributo. O discurso de que tudo está mal, a responsabilização total da escola perante os seus resultados (que nem sempre são os melhores!) bem como as questões de indisciplina de que vamos tomando conhecimento pelos variadíssimos meios de informação, não é certamente a forma séria de questionar o papel da escola, hoje.
Há questões sociais que, de um modo ou de outro, perturbam transversalmente a vida de muitas famílias portuguesas! Neste caso, cabe ao Estado assumir a sua quota parte de responsabilidade e criar uma equidade maior na criação e distribuição de melhores condições de vida. Não defendo com isto a distribução de mais subsídios, mas sim a criação de mais trabalho, gerador de mais riqueza.
Há quem defenda que somos ainda um jovem país, saído de um forte obscurantismo e que por isso mesmo, continuamos à procura de um rumo para a educação. Se a primeira ideia é verdadeira, já a segunda poderá ser questionada.
Mas então porque continua a escola a assumir um papel central no desenvolvimento do país?
A resposta é, certamente, porque continuamos a acreditar que é no seio desta instituição onde crescem e se desenvolvem capacidades, que está o futuro.
A tarefa é gigantesca! É necessário mobilizar muitas energias, indiduais e colectivas!
Mas vale a pena continuar a acreditar na ESCOLA.
JGouveia

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