quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TER TEMPO PARA BRINCAR

Já lá vai o tempo em que se criavam os filhos à imagem e semelhança dos progenitores e em que as metas e os resultados se definiam à medida dos desejos e das tradições familiares. Mas parece haver unanimidade na opinião de que o excesso de liberdade e de estímulos, que a nossa geração achou por bem disponibilizar aos meninos e meninas, nem sempre foi benéfica, como explica Augusto Cury, no seu livro, Pais Brilhantes, Professores Fascinantes.
"A nossa geração quis dar o melhor às crianças e aos jovens. Sonhámos grandes sonhos para eles. Os melhores brinquedos, roupas, passeios e escola. Não queriamos que andassem à chuva, se magoassem nas ruas, se ferissem com brinquedos caseiros e vivessem as dificuldades pelas quais passámos.
Tiveram uma excelente intenção, só não sabiam que as crianças precisavam de ter infância, necessitavam de inventar, correr riscos, decepcionar-se, ter tempo para brincar e encantar-se pela vida".
A sociedade exagerou naquilo a que se refere Augusto Cury, agora sofremos o autoritarismo dos mais novos e, desorientados, delegámos na escola o papel e a responsabilidade de educar, quando, afinal, ela própria se vê a braços com sucessivos ajustes pedagógicos.
É indispensável a envolvência dos pais, desde cedo no acompanhamento da formação dos seus filhos junto dos professores, conhecendo o seu ritmo, as suas dificuldades, os seus gostos e preferências, os medos e as dúvidas que os assaltam, nas várias etapas do seu crescimento.
Desta forma, a autoridade conquista-se com firmeza e coerência, alargando o espaço de diálogo e trabalhando a confiança mútua.
Há que promover a mudança, para bem do desenvolvimento harmonioso deste universo.

JGouveia

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